Solar
Como dimensionar o seu sistema de baterias?
E se o nosso sistema de acumulação não fosse capaz de carregar e descarregar a potência necessária? Alguma vez pensou que as baterias da sua instalação fotovoltaica podem não ser capazes de aproveitar todo o excedente energético que produz?

Como dimensionar o seu sistema de baterias?
Normalmente, no momento de desenhar um sistema de autoconsumo reparamos, entre outras coisas, na potência contratada pelo cliente, nos consumos, no perfil de carga ou no espaço disponível na cobertura. Se observamos que, devido ao perfil do cliente ou à potência instalada, a nossa quota de autoconsumo vai ser inferior ao esperado, é possível que pensemos em instalar um sistema de acumulação para armazenar parte do excedente. E, com base no comentado anteriormente, selecionaremos a bateria que melhor se adapte à nossa situação e às nossas necessidades com base em diversos parâmetros como, por exemplo, a sua capacidade.
Até aqui tudo bem, mas alguma vez pensou que talvez não seja possível aproveitar todo o excedente com a bateria instalada? E se o nosso sistema de acumulação não fosse capaz de carregar/descarregar a potência necessária? Precisamente por isso, dimensionar o sistema de acumulação de forma correta irá ajudar-nos a instalar a bateria idónea para poder usufruir de uma gestão de excedentes eficiente.
Comecemos pelo princípio. Para poder conhecer a potência máxima de carga/descarga do nosso sistema, deveremos usar a seguinte formula:
A Potência máxima de carga e descarga (P) obtém-se ao multiplicar a tensão (V) e a corrente (I) máxima. Mas, neste caso, encontramo-nos perante um sistema onde intervêm dois equipamentos diferentes, uma bateria e um inversor. Com qual deles deveria fazer os cálculos? Para poder responder a isso vamos ver um exemplo escolhendo um modelo de bateria, como a bateria Pylontech US3000C e um modelo de inversor, neste caso o modelo S5-EH1P6K-L da Solis.
Escolhemos os nossos equipamentos e asseguramo-nos que sejam compatíveis, pelo que nos resta calcular a potência máxima a que vamos poder carregar/descarregar a nossa bateria. Poderíamos pensar que a potência máxima será de 6 kW, uma vez que é a potência do inversor. No entanto, para o confirmar, vamos precisar de obter mais informações, verificando a ficha técnica de cada um deles:
Na ficha técnica encontramos muita informação, mas vamos ficar com a que nos interessa para este caso:
- Solis S5-EH1P6K-L
- Intervalo de tensão de trabalho da entrada de bateria: 42 V - 58 V
- Corrente máxima da entrada da bateria: 100 A
- Potência máxima de carga/descarga: 5000 W
- Pylontech US3000C
- Capacidade nominal: 3352 Wh
- Tensão nominal: 48 V
- Corrente nominal: 37 A
- Corrente máxima em 15 seg.: 200 A
De acordo com estes dados, o mais simples é pensar que a potência máxima que vamos ter é de 5 kW, que é o que a ficha técnica do inversor nos indica. Vamos comprová-lo.
Se tivéssemos em conta unicamente os dados da bateria, poderíamos pensar que o sistema vai poder realizar a carga/descarga da mesma a um total de:
No entanto, não tivemos em conta que a corrente máxima que o inversor tolera é inferior à da bateria, pelo que nos resta:
Portanto, não vamos poder carregar/descarregar a bateria a uma potência de 6 kW, tal como pensávamos inicialmente, sendo que a potência máxima de carga/descarga, durante 15 segundos, será de 4.8 kW, muito perto dos 5 kW nos quais o inversor pode carregar/descarregar a bateria.
Se fizermos o cálculo tendo em conta a potência que a bateria pode carregar/descarregar de maneira contínua, encontramos o seguinte:
A priori, este valor pode parecer baixo, mas devemos ter em conta que esta potência de carga/descarga é por cada módulo de potência, pelo que seria a que iríamos obter se instalássemos um único módulo de bateria. Se contarmos com uma acumulação de 7 kWh (2 módulos de bateria), a potência nominal de carga/descarga seria de:
E isto é assim para todos os sistemas? Assim, por exemplo, vamos selecionar a bateria Pylontech US5000, cujos dados principais são:
- Capacidade nominal: 4800 Wh
- Tensão nominal: 48 V
- Corrente nominal: 100 A
- Corrente máxima em 15 seg.: 200 A
Podemos ver como a corrente máxima durante 15 segundos é a mesma mas, no entanto, a corrente máxima que podemos obter de maneira contínua é superior, coincidindo, para além disso, com a corrente máxima admitida pelo inversor. Portanto, com esta combinação módulo de bateria-inversor teríamos uma potência nominal de:
Neste caso, vamos poder aproveitar de maneira constante a potência máxima do inversor. Isto quer dizer que a bateria US5000 é melhor que a bateria US3000C? Pois, ainda que pensemos o contrário, uma não é melhor que a outra, mas a escolha de um determinado modelo vai depender da instalação. Por exemplo, podemos ter uma instalação com um consumo base reduzido e que a potência de descarga do primeiro sistema analisado seja suficiente.
Este processo pode implicar certa complexidade pela quantidade de informação necessária para realizar os cálculos, mas converte-se num processo crucial se quisermos oferecer sistemas de acumulação eficientes e adequados às necessidades dos nossos clientes. Por isso, elaborámos uma ferramenta muito fácil de usar, onde poderá consultar num instante qual é a potência máxima de carga/descarga do seu sistema de acumulação.
Para além disso, em caso de dúvida as nossas equipas comercial e técnica estarão muito contentes em assessorar e ajudar a dimensionar instalações eficientes e rentáveis. Não hesite, se ainda não faz parte da família Amara NZero entre em contacto connosco e deixe-nos acompanhá-lo no caminho para a transição energética.
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